Evento que deve reunir mais de 2 mil pessoas celebra o fruto mais tradicional do estado com apresentações culturais e comida típica
Quando foi realizada a 1ª Festa do Pequi da Centrais de Abastecimento de Goiás (Ceasa Goiás) em 2021, o pequi vivia um momento de disputa nacional, quando parlamentares federais mineiros reivindicavam para a cidade de Montes Claros, o título de capital nacional do pequi. Pesquisas realizadas pela Ceasa/GO, na época, deram conta de números que vieram de encontro a essa realidade: Goiás vende praticamente todo o pequi extraído no País. A terceira edição da Festa do Pequi da Ceasa, que acontece amanhã, quinta-feira (19), a partir de 8h30, no entreposto de Goiânia vem coroar a importância dos números e do fruto, que vive hoje, com vários eventos e com a do dia 23 de outubro como Dia Estadual do Pequi, seus dias de reconhecimento. A festa acontece em tendas montadas ao lado do mercado do Produtor da Ceasa/GO, mais conhecido como Pedra 1, com intuito de celebrar o fato do entreposto de Goiânia ser o que mais recebe e vende pequi no Brasil. A celebração está marcada para começar às 8h e a programação se estende até às 13h, com show da dupla Nerildo e Nerivan.
A programação do evento prevê, ainda, a partir das 8h30 da manhã, o começo da visita da Folia de Reis Imigrantes de Belém, da cidade de Santa Rosa e Petrolina aos vários galpões do mercado, enquanto no palco, a Orquestra de Violeiros de Goiás abre a manhã de atrações. Estão previstas, ainda, apresentação da Associação dos Catireiros, Foliões e Violeiros de Aparecida de Goiânia, do cantor Sérgio Bell e o encerramento com a dupla sertaneja Nerildo e Nerivan, que marcará o encerramento do evento. Durante toda a festa, o berranteiro Adiel Junio Freitas, de 15 anos, campeão de vários concursos de tocadores de berrante no país, fará participações especiais.
O presidente da Ceasa/GO, Manoel Castro de Arantes, que assumiu a empresa em junho deste ano, afirma que já chegou ao novo cargo ciente da importância do evento. “Ainda mais esse ano que celebramos o Dia Estadual do Pequi!”, reforça. O gestor comenta ainda o fato de a empresa de abastecimento ter sido a primeira com a iniciativa de festejar o fruto do cerrado, “o que torna a Festa do Pequi da Ceasa/GO ainda mais relevante”, analisa ele. O presidente destaca também que a cada relatório anual realizado junto aos comerciantes da empresa fica mais sedimentado que, entre as Ceasas do Brasil, a de Goiás é a que mais recebe e vende pequi no país. “Praticamente recebemos e vendemos todo o produto coletado no Brasil”, completa o presidente.
O Pequi na Ceasa/GO
Na Ceasa/GO o pequi é vendido no GNPC-2, a Pedra 2, e chega ao entreposto em caminhões vindos das zonas extratoras. A presença do fruto é tão marcante que, no tempo do pequi, o quantitativo do lixo produzido na Ceasa praticamente dobra, devido às cascas do fruto.
Vale lembrar que a quantidade de pequi vendido na Centrais é bem maior que o que se extrai no estado. No entreposto, o fruto começa a chegar em setembro, com a remessa do Tocantins. De setembro até meados de outubro, as vendas são mantidas com o pequi tocantinense. Nesse período, dá entrada na companhia as primeiras cargas da produção goiana, vinda do Norte, de cidades como Porangatu, Crixás e Santa Tereza. Com menos expressividade, o pequi matogrossense pode ser encontrado no mercado em meados do mês de novembro. Já o fruto mineiro chega em maior volume, e pode ser encontrado na Ceasa em dezembro e mantém a demanda até janeiro. De acordo com levantamento realizado pela Divisão Técnica da Ceasa/GO, desde 2018, o maior volume de pequi que entra na Centrais goiana vem mesmo da extração feita no estado de Goiás, tendo sido 7.896 toneladas na safra 2022/2023. Já na safra 2023/2024, atual, já entraram na empresa 3.836 toneladas, o que deve fazer dessa uma das maiores do fruto. Na última temporada, em percentuais, de todo pequi que entrou na Ceasa/GO, 47% foi extraído em Goiás, 44% em Minas Gerais, 7,37% no Tocantins e 1% em Mato Grosso.
Conhecedores de pequi conseguem identificar os tipos do fruto de cada região. Alguns são menores e mais suculentos, como o pequi coletado na região da Cidade de Goiás, outros já são conhecidos como “filet mignon dos pequis”, que é, por exemplo, o que chega da região de São Miguel do Araguaia, maior, mais amarelo e rico em polpa. Porém, um dos pequis que chamou a atenção nas outras festas foi o pequi do Xingu. Isso porque o fruto impressiona pelo tamanho, podendo atingir, com casca, o tamanho de um abacate, com o caroço do equiparando a uma laranja pequena.
O pequi do Xingu, assim como as demais espécies, inclusive o pequi sem espinhos, desenvolvido pela Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), que, apesar de ainda não estar sendo comercializado, tem atraído muita atenção e criado expectativa nos apreciadores.