Um médico foi afastado na quarta-feira (24) do Hospital Municipal de Niquelândia, norte do estado, após uma mulher denunciar que sofreu violência obstétrica e o filho dela, que nasceu prematuro, morrer depois do parto. Em uma rede social, a paciente disse que entrou em trabalho de parto e o profissional empurrou as pernas do bebê para dentro da barriga novamente para que ela fosse transferida para outro hospital. A Secretaria Municipal de Saúde disse que está investigando o caso.
Américo Lúcio Neto não é servidor público, mas tem contrato com a prefeitura desde 2016 para fazer atendimentos como ginecologista e obstetra. A defesa do obstetra disse que ainda não teve acesso à documentação do procedimento para que ele possa se defender.
“A priori, o que ele nos passou é que ela chegou ao hospital e, por falta de outros profissionais, ela foi transferida para outro hospital. Ele inclusive a acompanhou na ambulância junto com uma enfermeira. Foi outra equipe que fez o parto”, disse o advogado Luiz Gustavo Barreira Muglia.
No último dia 12, a grávida participava da Romaria do Muquém e começou a passar mal. Ela foi atendida por uma equipe do distrito. Os médicos sugeriram que ela fosse de ambulância até o hospital, mas a mulher preferiu ir em carro próprio, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.
Ela entrou em trabalho de parto e foi para o hospital municipal, onde foi atendida imediatamente. A paciente contou em uma publicação na internet que as pernas do bebê já estavam aparecendo e o médio as empurrou novamente. Com isso, teria comprimido o cordão umbilical e dificultado a oxigenação da criança.
A mulher foi levada para um hospital em Uruaçu, onde deu à luz. A criança chegou a ficar internada, mas morreu horas depois.
O caso foi registrado na Polícia Civil nesta quinta-feira (25). O g1 entrou em contato com o Conselho Regional de Medicina para saber se houve alguma denúncia no órgão, mas não teve retorno até a última atualização dessa reportagem.
A Secretaria Municipal de Saúde disse que soube pelas redes sociais do caso. O médico foi afastado até que a situação seja investigada.
“Durante o atendimento o médico constatou que a mãe precisaria de uma UTI e ela foi encaminhada para o hospital de Uruaçu. Esse médico acompanhou a mãe, mas, infelizmente, o bebê não resistiu. Diante da denúncia nas redes sócias, visando apurar melhor os fatos, o médico foi afastado das suas atividades até que haja a devida apuração sobre eventual culpa ou mal procedimento no exercício da função”, disse o advogado da secretaria, Diêgo Vilela.
O advogado disse que, depois da repercussão outras pessoas fizeram denúncias informais contra o médico sobre problemas em atendimentos feitos por ele.
Fonte: G1 Goiás