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Na missa do Muquém, dom Messias critica a corrupção nas eleições

O bispo diocesano, dom Messias dos Reis Silveira que celebrou a missa dos políticos na festa dos 266 anos de Nossa Senhora D’Abadia no Muquém, fez duras críticas à corrupção nas eleições e na administração pública.

Muquem Dom Messias omilia siteO bispo dom Messias dos Reis Silveira não perdeu a oportunidade e fez um duro discurso durante a celebração da missa solene da Festa de Nossa Senhora D’Abadia do Muquém ele falou da corrupção nas eleições e na administração pública e disse que segundo uma pesquisa feita no Nordeste, 40% dos eleitores não se lembram em quem votaram nas últimas eleições. No ato religioso, estavam presentes os dois principais candidatos ao governo de Goiás, governador Marconi Perillo (PSDB) e ex-governador Iris Rezende (PMDB), que preferiram não se aproximarem um do outro durante o evento.
Dom Messias iniciou a homilia perguntando aos fieis se eles se lembram em quem votaram nas últimas eleições. “Será que recordamos? Se sim, é um bom sinal, porque grande parte não se lembra. É preciso cobrar o que prometeram”, afirmou.
Em seguida, o bispo disse que há “muita, mas muita corrupção eleitoral” e lançou a pergunta aos políticos presentes, arrancando intensos aplausos dos fieis: “É preciso perguntar: o que os senhores podem fazer para pôr fim a esta vergonha nacional?”
O bispo criticou compra e venda de votos, gastos excessivos de campanha e as propostas que são contrárias à fé cristã. “O povo não acredita e até faz piada com políticos. É preciso recuperar a dignidade dessa classe”, afirmou, para completar: “É com a força do voto honesto e consciente que serão derrubados por terra os que corrompem o poder. Aos corruptos não seja dado o poder”. Ele recomendou aos fieis que considerem na hora do voto “o histórico de coerência, honestidade, competência, transparência, religiosidade e vontade de servir”.
Dom Messias afirmou ainda que políticos que praticam corrupção nas eleições depois continuam na administração. Ao criticar propostas a favor do aborto e da “destruição do sentido da família”, o bispo disse que “o lobo vem disfarçado em pele de cordeiro”. “Querem difundir essa tese de Estado laico, desconsiderando que o povo brasileiro é profundamente religioso”, disse, defendendo que os cristãos participem mais ativamente da política. “Se se omitirem, o Brasil vai piorar. Os cristãos têm de entrar de cheio na política”, afirmou.
Há pelo menos 14 anos, especialmente em anos eleitorais, a missa solene da festa é marcada por críticas e recados à classe política. Em 2010, quando Marconi e Iris também estavam presentes e disputavam o governo, dom Messias criticou “candidatos mal-intencionados, com mentalidade corrupta e história suja”.
Em rápido discurso e entrevista, Marconi ressaltou que comparece à festa todo ano e não apenas por ocasião das eleições, alfinetada a Iris que não esteve lá no ano passado. O governador também puxou uma oração “pela alma de Eduardo Campos”, morto em acidente de avião.
O prefeito de Niquelândia, Luiz Teixeira Chaves (PMDB), disse que é devoto de Nossa Senhora D’Abadia desde de criança, e que sempre participou da festa religiosa. “Eu sempre fui devoto de Nossa Senhora D’Abadia, desde de criança participo dessa festa em homenagem a ela. Quero convidar a todos que voltem no próximo ano, nós estamos aqui de braços abertos para receber todos os devotos para essa grande festa em louvor a Nossa Senhora D’Abadia”, disse Luiz Teixeira.
A Romaria de Muquém existe desde o século XVIII do período da mineração e da escravidão. É tradição há 266 anos e desde 1748, é considerada uma das maiores do mundo além de ser a celebração religiosa mais antiga de Goiás. A romaria acontece no povoado de Muquém, município de Niquelândia, que está aproximadamente 45 km da cidade.
Nesses dias aconteceram também missas, confissões, cerimônias de batismo e casamentos, orações do Ofício de Nossa Senhora e de Interseção, na Capela do Santíssimo. A programação incluiu ainda as tradicionais missas dos enfermos e missa sertaneja, esta última celebrada em versos e trovas e, tradicionalmente, acompanhada por sanfona, viola e berrante.
A festa teve apoio da Prefeitura Municipal de Niquelândia, do Governo de Goiás por meio da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) pelo Centro de Apoio ao Romeiro, que funcionou durante 24 horas no quilômetro 14 da GO-237. O Estado ainda esteve presente na festa por meio do atendimento prestado pelo Corpo de Bombeiros, Ceasa, Saneago, Celg, Detran, Secretaria de Segurança Pública, Agecom e Agepel. Contou também com o apoio da iniciativa privada
Também estiveram no evento; o vice-governador José Eliton (PSD), a senadora Lúcia Vânia (PSDB); os deputados federais, Vilmar Rocha (PSD), Pedro Chaves (PMDB), Carlos Alberto Lereia (PSDB), Ronaldo Caiado (DEM), Magda Mofatto (PR) Armando Vergílio (SD) e Thiago Peixoto; deputados estaduais, Júlio da Retífica (PSDB), Hélio de Sousa (DEM), além de prefeitos e vereadores de várias cidades do Estado.

Sobre Osvando Teixeira

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