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Polícia Científica de Goiás inicia coleta de DNA para ajudar a localizar pessoas desaparecidas

Iniciativa integra Campanha Nacional, lançada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. Coletas seguem até o dia 18 deste mês em todos os Estados e no DF. 

A Secretaria de Estado da Segurança Pública de Goiás, por meio da Polícia Técnico-Científica, iniciou, nesta segunda-feira (14/06), a coleta de material biológico de familiares de pessoas desaparecidas. A iniciativa faz parte de Campanha Nacional, lançada pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). O foco é atualizar os dados de pessoas não localizadas, trazendo respostas às famílias. Segundo o MJSP, 80 mil pessoas desaparecem todos os anos no Brasil e apenas 3 mil famílias estão cadastradas no Banco Nacional de Perfis Genéticos.

De acordo com o superintendente da SPTC, Marcos Egberto Brasil de Melo, o trabalho de coleta já era realizado pela Polícia Científica, mas agora será intensificado. “O objetivo é que o maior número de familiares de pessoas desaparecidas, que pode chegar a 600 indivíduos, procurem nossas unidades. Com isso, podemos aumentar nossa base de comparação e, possivelmente, identificar aqueles cadáveres que haviam sido encontrados, mas ainda estavam como não identificados. Essa resposta dá para as famílias um sentimento de fechamento, de alívio por saber o destino de seu ente querido, mesmo que tenha falecido”, pontua.

Após a coleta, o material será analisado e o perfil genético inserido, então, no Banco Nacional de Perfis Genéticos. “A gente vai extrair o DNA desses materiais, no Brasil inteiro, e nós vamos colocar no Banco de Dados, que se comunica entre os Estados e possibilita confrontar as amostrar desses familiares e/ou objetos, com cadáveres ou pessoas vivas que ainda não tenham a identidade conhecida, possibilitando uma possível identificação pelo DNA”, destaca a coordenadora do Laboratório de Biologia e DNA Forense (LBDF) do Instituto de Criminalística, perita criminal Laryssa Silva.

Para maior efetividade do cruzamento de dados, a recomendação é que a coleta seja feita dos familiares de primeiro grau do desaparecido. “Na ordem de preferência: pai, mãe, filhos e irmãos. A gente pede também para que tragam, se ainda tiverem, um objeto de uso pessoal dessa pessoa desaparecida. Por exemplo, a escova de dente, o aparelho de barbear, aliança e roupas, se ainda não tiverem sido lavadas”, ressalta a perita criminal. “Aqui a gente vai coletar a saliva, uma esponjinha que a gente passa na bochecha da pessoa. Não dói e é super rápido”, completa.

A Campanha Nacional para a Coleta de Material Genético dos Familiares de Pessoas Desaparecidas segue até a próxima sexta-feira, dia 18 de junho. Em Goiás, as coletas podem ser feitas em todas as unidades da Polícia Técnico-Científica, de 8h às 18h. Na capital, o trabalho é realizado no Instituto de Criminalística Leonardo Rodrigues, localizado na Avenida Engenheiro Atílio Correia Lima, Setor Cidade Jardim, e na Superintendência Regional da Polícia Federal. Todos os endereços estão disponíveis no site www.gov.br/mj/desaparecidos. Mais informações pelo telefone (62) 98140-4071.

Reconhecimento

O trabalho desempenhado pela Polícia Científica do Estado em 2020, fez com que Goiás fosse uma das seis unidades da federação a receber prêmios concedidos pela Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos, do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O núcleo obteve a terceira classificação na identificação de pessoas desaparecidas. A contribuição da Polícia Científica goiana para o Banco de DNA também colocou o Estado como 2º colocado, entre os que mais cresceram relativamente. “É o resultado do empenho da equipe de servidores do nosso laboratório de DNA, somado ao apoio dado pela gestão”, detalha o superintendente Marcos Egberto.

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