Embora dados mostrem que participação feminina em posições de chefia melhoram desempenho das empresas, mercado ainda oferece poucas oportunidades para essas profissionais
O Mês da Mulher é de homenagens, mas também de luta. Diante disso, a Unimed Cerrado decidiu celebrar a data ressaltando e enaltecendo o trabalho desenvolvido pelas mulheres que fazem parte da cooperativa de saúde com a campanha batizada de Extraordinárias Mulheres. Com frases de impacto pensadas pelas próprias homenageadas para inspirar suas companheiras de trabalho, a ação não é por acaso. Apesar dos avanços, ainda há uma disparidade de remuneração, oportunidades e presença feminina em posições de liderança. De fato, dados mostram que ao redor da América Latina e Caribe, apenas 25% das posições ministeriais e 20% dos assentos em conselhos de grandes companhias são ocupados por mulheres.
Mais do que promover ações de homenagem e conscientização, a Unimed Cerrado tem buscado mostrar o caminho pelo exemplo. Além de ter hoje a médica ginecologista e obstetra Shirley Gonçalves de Pádua Miguel como diretora-presidente, 60% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres na cooperativa. Para todos os efeitos, esse é um ponto fora da curva em comparação a outras instituições. Ainda que a força de trabalho na saúde seja 70% feminina, apenas cerca de 25% delas estão em posições de chefia.
Extraordinárias mulheres
Nesse cenário, realmente é fundamental trabalhar a conscientização. Como a analista de endomarketing da Unimed Cerrado, Thaís Rocha, explica, a campanha foi inspirada no livro “Extraordinárias: Mulheres que Revolucionaram o Brasil”, das jornalistas Duda Porto e Aryane Cararo, e tem o objetivo de destacar a força aliada à gentileza que as mulheres têm para transformar os espaços que integram, algo que tem se tornado parte da rotina interna da cooperativa.
Coincidentemente, o diretor da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), órgão ligado à Organização Mundial da Saúde (OMS), Jarbas Barbosa, declarou em evento do Dia Internacional da Mulher que não é possível oferecer saúde universal nem mesmo cumprir as metas de desenvolvimento sustentável sem promover uma equiparação entre homens e mulheres no setor.
Atualmente, a diferença de remuneração entre homens e mulheres na saúde gira em torno de 26%, sendo mais alta que em outros setores. Felizmente, o cooperativismo, setor do qual a Unimed Cerrado faz parte, tem demonstrado crescimento no número de lideranças femininas nos últimos anos. Para a Dra. Shirley, esse avanço é uma reparação, mas também bastante estratégico.
A diretora-presidente da Unimed Cerrado acredita que a liderança feminina contribui para ambientes de trabalho mais diversos, aumentando a produtividade, a criatividade, o desempenho, a retenção de profissionais e a colaboração entre áreas. Tudo isso tende a proporcionar uma performance financeira acima da média.
“No fim, precisamos fazer esse exercício diário de desafiar e sermos desafiadas. Digo que nós mulheres já enfrentamos muito todos os dias, mas ainda enfrentaremos muito mais. A mulher, mais do que ninguém, se reinventa diariamente e, por isso, está pronta para essa tarefa. Temos feito nosso trabalho, mas nossa representatividade ainda é pequena e precisa crescer e aflorar”, completa.