O inverno goiano, além de temperaturas mais baixas, também tem tempo seco, com a queda da umidade relativa do ar, que requer mais cuidados com a saúde. Nesta última semana, segundo o Sistema de Meteorologia e Hidrologia da Secretaria de Ciência e Tecnologia, a umidade do ar ficou próxima aos 30%.
O diretor de Ensino e Pesquisa do HGG, o pneumologista Marcelo Rabahi, explica que no inverno o ar muito seco irrita as vias aéreas superiores, como nariz e garganta, e as inferiores, como traqueias e brônquios. Um dos cuidados é hidratar bastante. “Junto a queda da umidade, ocorre a queda da temperatura e a tendência é hidratar menos”. Alimentação saudável também é necessária.
Quando estiver em casa, outra dica é deixar o ambiente livre para a circulação do ar e sem objetos que acumulem poeira. O médico também indica umidificar os ambientes usando toalhas molhadas ou umidificadores . Ele comenta que um estudo feito pela Universidade Federal de Goiás observou que o número de atendimentos relacionado a doenças respiratórias em unidades básicas de saúde, dobra nessa época do ano. “Pacientes com asma pioram muito, assim como os com doença pulmonar obstrutiva crônica e também com rinite”.
A assistente de Comunicação e Marketing, Juliana Gonçalves, é mãe da pequena Ana Júlia, de três anos e meio. Aos dois anos de idade, Ana teve a primeira crise de bronquite e, desde então, Juliana toma cuidados assim que o inverno goiano chega. Ela explica que a filha usa aerosol com soro e toma outras precauções. “No quarto dela nunca existiu brinquedos que acumulem qualquer tipo de poeira, como ursos de pelúcia e também tapetes”.
Ana Júlia faz acompanhamento com pneumologista e se as crises persistem, a mãe procura pelo médico para passar a medicação correta. O especialista alerta justamente para isso, pelo uso indiscriminado de medicação. “Muitas vezes a pessoa sente desconforto provocado pela mudança do tempo e há uma procura exagerada por medicamentos que não são indicados. O que precisa é umidificar e hidratar mais e, se for usar alguma medicação, tem que procurar orientação médica. O uso de antialérgico, por exemplo, resseca ainda mais as secreções, piorando o quadro”, conclui Marcelo.