No período 2016-2018, museu passou por ampla obra de restauro, teve seu plano museológico atualizado e inventário realizado, ganhou projetos museográfico e curatorial, além de novo circuito expositivo
Após dois anos fechado para obras de restauro e processo amplo de reformulação, o Museu Casa da Princesa, em Pilar de Goiás, foi reaberto ao público no último dia 06.
Situado em antiga moradia senhorial do séc. XVIII (apogeu da mineração do ouro na região), exemplar da arquitetura civil colonial brasileira, o Museu Casa da Princesa abriga acervo composto por cerca de 1,2 mil itens que incluem documentos históricos, fotografias, mobiliário, utensílios sacros, domésticos, de trabalho (engenho, mineração e tear) e também instrumentos de tortura utilizados nos casarões de fazendas goianas dos séculos XVIII, XIX e XX.
No período 2016/2017, o museu passou por obra de restauro, em parceria com o Iphan, que contemplou áreas estruturais do prédio, como telhado, forro, piso, instalações elétricas, drenagem e requalificação dos banheiros. Foram restaurados esteios, forros, pintura e esquadrias do imóvel histórico, que possui doze cômodos e quintal, com área total de 722,81 m². Tombada desde 1954, a casa tivera seu último restauro realizado no período 1979/1980, quando o museu foi inaugurado.
No mesmo período, a instituição teve seu plano museológico atualizado e ganhou projetos museográfico e curatorial, elaborados pela equipe do Ibram. Uma força-tarefa integrada por servidores do órgão também realizou inventário de todo o acervo do museu, composto por 1,2 mil itens que incluem documentos históricos, fotografias, mobiliário, utensílios sacros, domésticos, de trabalho e também instrumentos de tortura do período colonial.
Além de etapa básica para a preservação dos bens culturais citados, o inventário foi essencial para repensar a comunicação do acervo da Casa da Princesa – etapa que foi complementada com a elaboração de nova expografia para o museu, que começou a ser pensada em workshop realizado com a participação de profissionais do Ibram em agosto de 2017 e foi executada por empresa especializada em 2018.
Nova apresentação de conteúdo
O novo circuito expositivo contempla a diversidade dos acervos que o museu possui e homenageia um personagem fundamental para sua história: o ex-zelador da instituição Antônio Gomes, também ex-morador e grande responsável por reunir durante anos a maior parte do acervo da Casa da Princesa, carinhosamente conhecido pela comunidade local como “Seu Tição”.
A nova exposição abriga nova identidade visual, iluminação, cores e interação com o público. Na recepção, o visitante pode agora conhecer um pouco mais sobre os primeiros ocupantes do território, os povos indígenas e quilombolas. No segundo módulo, é convidado a conhecer o garimpo, a mineração e a cachoeira do Ogó. Em seguida, poderá interagir com a Casa da Princesa através de jogo de espelhos que possibilita apreciar detalhes iconográficos do imóvel histórico.
A história dos modos de vida, trabalho, economia e tecnologia da região também estão representados com instrumentos doados pelos moradores da cidade, incluindo o primeiro computador de Pilar de Goiás. A devoção, as festas, as religiosidades e a diversidade cultural da cidade também é apresentada, inclusive com a famosa receita do tradicional bolo de arroz.
A execução do trabalho incluiu a produção de novo mobiliário, montagem de painéis, nova identificação visual, sinalização e iluminação. Além da melhor fruição dos bens culturais que o museu abriga, a reformulação readequou a reserva técnica do museu, contribuindo para a adequada conservação das peças.