Calor intenso, maior uso de equipamentos, bandeira tarifária e reajuste anual influenciaram valor das faturas deste mês para consumidores goianos
Alguns clientes podem ter percebido uma diferença no valor da última conta recebida, e essa mudança tem explicações técnicas importantes. A Equatorial Goiás ressalta que não houve qualquer alteração nos procedimentos de leitura e medição, mantendo um rigoroso processo de validação dos dados coletados nos medidores. Esse controle evita erros de leitura e faturamento por média de consumo.
O que está acontecendo, de fato, é uma mudança no comportamento de consumo das famílias, impulsionada principalmente pelas altas temperaturas registradas nos últimos meses. Para o mês de novembro de 2025, Goiás registrou um aumento de 12,4% no consumo médio residencial, que alcançou 236 kWh, isso comparando com o mesmo período de 2024, onde a média foi 210 kWh. Com o calor intenso, equipamentos como ar-condicionado, ventiladores, geladeiras e freezers passam a ser utilizados com muito mais frequência, elevando naturalmente o valor da conta.
Entre esses equipamentos, a geladeira merece destaque: ela pode representar até 40% do consumo total da casa. Em períodos de calor extremo, o eletrodoméstico trabalha mais para manter a temperatura interna, especialmente quando há aumento no “abre e fecha” ou quando a borracha de vedação está velha. Esses fatores fazem com que o consumo dispare, mesmo sem que o cliente perceba.
Outro ponto importante é que, além do aumento do consumo, houve o Reajuste Tarifário Anual, determinado pela ANEEL e vigente desde 22 de outubro, com efeito médio de 18,55% sobre as tarifas. Esse reajuste foi determinado, pela Aneel, para cobrir despesas de toda a cadeia do setor elétrico, que envolve geração de energia, transmissão e subsídios. A parcela de reajuste que fica para a distribuidora de energia foi de apenas 1,63%, bem abaixo da inflação do período. Somado ao maior uso dos aparelhos, o reajuste contribui diretamente para faturas mais elevadas.
Também é importante lembrar que outubro e novembro foram marcados pela bandeira tarifária vermelha patamar 1, que acrescenta R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos. Para dezembro, a bandeira passou para amarela, com acréscimo de R$ 1,88 a cada 100 kWh, o que dá um pequeno alívio, mas ainda assim impacta o valor final.
Para reduzir a próxima fatura, vale apostar em práticas de consumo mais consciente:
Geladeiras, freezers e adegas ou cervejeiras:
* Os refrigeradores estão entre os equipamentos que mais consomem energia elétrica numa residência, geralmente ficando ligado 24 horas por dia, e por isso merecem cuidado com a manutenção. Se notar excesso de gelo ou ouvir o motor funcionando por muito tempo, pode ser sinal de defeito, que provocam grande aumento no consumo;
* Faça revisões periódicas das borrachas de isolamento das portas e dos sensores de temperatura;
* Evite abrir os equipamentos com frequência e mantenha os itens dentro bem organizados, o que permite aberturas mais rápidas das portas;
* Mantenha a parte de trás da geladeira limpa e ventilada, e evite a proximidade com fontes de calor como fogão e áreas expostas ao sol.
Ar-condicionado:
- Opte por modelos mais econômicos, com selo Procel de eficiência energética classe A;
- Evite a entrada de sol no ambiente refrigerado e mantenha a unidade externa do aparelho em local bem ventilado e de preferência em sombra;
- Ajuste a temperatura para 23°C ou mais e mantenha os filtros de ar limpos;
- Aumentar a velocidade de ventilação do equipamento ou combinar o uso com ventiladores pode trazer maior economia;
- Escolha um aparelho com potência adequada ao tamanho do ambiente. Equipamentos que precisam funcionar em potência máxima são menos eficientes.
Chuveiro elétrico:
- Ajuste a posição da chave de temperatura para “Verão”. Nessa posição a economia é de cerca de 30% no consumo de energia;
- Dê preferência para chuveiros com controle de temperatura eletrônica. Esses modelos permitem configurar potências ainda menores reduzindo o consumo de energia e possibilitando reduzir também o consumo de água, abrindo menos o registro.
Jornal Correio do Povo Jornalismo de Verdade


