Preço do barril passou de 100 dólares e deve influenciar custo dos combustíveis no Brasil
O início de uma operação militar russa na Ucrânia na madrugada desta quinta-feira (24) fez com que o preço do petróleo no mercado internacional disparasse. O barril do óleo tipo Brent passou a valer mais de 100 dólares pela primeira vez em sete anos e chegou a alcançar a casa dos 105 dólares, subindo mais de 7% num só dia.
O aumento do petróleo influencia diretamente o custo dos combustíveis. Economistas já esperam uma alta no preço da gasolina.
Só durante 2021, o preço do petróleo subiu 38% –de 44,23 dólares para 60,90 dólares. Neste mesmo período, o preço médio da gasolina subiu 46% nos postos, segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP).
Essa alta do petróleo, porém, ajudou a Petrobras a registrar o maior lucro de sua história em 2021. De acordo com resultados da estatal divulgados na quarta-feira (23), foram R$ 106,6 bilhões em lucro líquido, já descontados os impostos –alta de 1.400% em relação a 2020.
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O ganho foi tanto que a estatal resolveu aumentar em R$ 37,3 bilhões o valor dos dividendos –uma espécie de participação nos lucros– que pagará a seus acionistas com base dos resultados de 2021, totalizando R$ 101,4 bilhões. E, devido à disparada no preço do petróleo, é possível que esse valor seja ainda maior em 2022, segundo a própria Petrobras.
Na manhã desta quinta-feira, diretores da estatal reuniram-se de forma virtual com investidores e representantes de bancos. A conferência foi convocada justamente para que executivos explicassem a acionistas os resultados da estatal em 2021 e tirassem eventuais dúvidas sobre perspectivas acerca dos negócios da companhia.
O preço do petróleo e sua influência no custo dos combustíveis foi questionada. Diretores da Petrobras afirmaram, num primeiro momento, que é cedo para mensurar quanto a disparada do óleo mudará o preço da gasolina no Brasil.
“Estamos num momento de pico da volatilidade e de extrema incerteza”, afirmou Cláudio Mastella, diretor executivo de Comercialização e Logística da Petrobras. “Temos que continuar observando.”