Vez ou outra as redes sociais revivem, em forma de meme, protestos exaltados de manifestantes que, em 2015, reclamavam do preço da gasolina, que havia chegado a R$ 3,40.
Hoje, aqueles vídeos viraram motivo de piada, porque em agosto de 2021 o litro ultrapassou R$7 em estados como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Mais de 100% de aumento em relação a 2015, sendo que a inflação no período foi de 35%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA/IBGE).
A absurda alta nos preços dos combustíveis é resultado direto das políticas dos governos Michel Temer e Jair Bolsonaro, e afeta negativamente a vida de milhões de brasileiros, já sufocados por um contexto de crise econômica prolongada, desemprego recorde, inflação e pandemia de Covid-19.
Em agosto de 2020, a gasolina comum era vendida a um preço médio de R$ 4,237. Em um ano, houve aumento médio de cerca de mais de 40%.
O preço médio do gás de cozinha subiu 34%, indo de R$ 69,98 para R$ 93,32, sendo que em agosto de 2021 ultrapassou os R$ 100 na maioria das capitais.
Política de preços
Tudo começou em 2016, quando o então presidente Michel Temer obrigou a Petrobras a adotar o Preço de Paridade de Importação (PPI), com base no valor do mercado internacional e da variação do dólar.
Bolsonaro optou por manter o PPI que, somado aos altas recordes no dólar e o compromisso de beneficiar empresas de importação e acionistas, está causando a alta dos preços dos combustíveis.
A situação atinge toda a população, inclusive os que não andam de carro, pois a alta dos combustíveis reflete nos preços de grande parte dos produtos e serviços, já que a maioria dos produtos brasileiros transita pelas rodovias.
Com a inflação subindo, o poder de compra da população diminui. Milhares de famílias brasileiras passaram a cozinhar com lenha por causa do preço do botijão de gás.
Dependência
Com a adoção do modelo PPI, o Brasil fica mais dependente da importação de produtos derivados de petróleo, por mais que a extração no Pré-sal tenha aumentado em 2021.
Entre janeiro e abril de 2021, cerca de 2,87 milhões de barris foram processados diariamente, em média. Cerca de 55% do petróleo refinado no Brasil teve origem no Pré-sal.
No entanto, o aumento na produção não é voltado para atender as demandas do consumo interno. A opção do governo tem sido pela venda no mercado internacional, que oscila de acordo com a cotação do dólar e com a oferta e demanda.
Instabilidade políticas e econômicas nos países produtores influenciam o preço do barril e podem prejudicar os que dependem dessas exportações, como o Brasil.
Se o governo Bolsonaro permitisse que a Petrobras aumentasse o nível de utilização das refinarias e preservasse seu patrimônio, a estatal poderia reduzir significativamente a necessidade de importação do nosso país, reduzindo nossa fragilidade às variações internacionais do mercado.
E se o governo não obrigasse mais a Petrobras a vender combustível pelo mesmo valor que as empresas importadoras (ou seja, sua concorrência), os preços estariam muito mais baixos.
A Petrobras é a maior geradora de riquezas do Brasil e poderia ter uma função social ainda mais importante, colaborando para o desenvolvimento e para a diminuição das desigualdades e do desemprego em nosso país.
No entanto, Bolsonaro, como sempre de olho apenas nos interesses das elites, escolhe o caminho inverso, fragilizando a empresa diante das variações internacionais e implementando políticas de privatização gradual.
Os danos na vida da população são inegáveis, e precisam ser revertidos com uma Petrobras estatal e focada na defesa dos brasileiros.
Fonte: Site Petrobras do Povo
Jornal Correio do Povo Jornalismo de Verdade


