Em janeiro, a universidade passou por reforma administrativa, que permitiu devolver a instituição aos estudantes. Ao todo, 2.395 vagas serão ofertadas para graduações espalhadas por todo o Estado, em 27 cursos presenciais e três cursos de educação a distância (EaD)
“Estamos no primeiro ano da nova UEG”, afirmou o governador Ronaldo Caiado, nesta quarta-feira (29/7), durante o lançamento dos editais do programa Minha Vaga, da Universidade Estadual de Goiás (UEG), que oferece o preenchimento de milhares de vagas ociosas, permitindo a estudantes, que atendam a determinados requisitos, ingressem de forma alternativa ao tradicional vestibular. Em janeiro último, a instituição passou por uma reforma administrativa que permitiu devolver a universidade – que há anos era alvo de um desmantelamento sistêmico, com viés político partidário – aos seus maiores interessados: os alunos.
“Não me interessa a cor partidária, ideologia política, posições pessoais. O que me interessa é uma coisa só: o resultado do ensino que é dado para o aluno, do primeiro ao último ano de seu curso. Nisto que vou ser exigente”, asseverou Caiado, completando: “Peço que o reitor seja exigente na formação dos jovens. É inadmissível um estudante de Medicina que não sabe fazer uma anamnese no paciente. Um advogado que se forma e não sabe redigir uma petição. Formando-se em cursos, mas sem noção mínima da Língua Portuguesa. A UEG deve ter o perfil com uma universidade de responsabilidade com a formação de um jovem. Temos que resgatar a Educação de qualidade.”
O governador recordou que houve, no País como um todo, um processo de mercantilização da educação superior, como cursos e mais cursos sendo criados, sem qualquer critério de qualidade. Paralelamente, havia outros desvios na UEG. “A universidade passou a fazer parte de um projeto partidário. O político subia no palanque e determinava onde haveria um curso de Medicina, de Direito, de Engenharia, sem sequer conhecimento do conselho acadêmico”, contou. Para demonstrar o crescimento desordenado da UEG no passado, o governador fez uma comparação: a universidade goiana chegou a ter mais de 40 câmpus, enquanto a Universidade de São Paulo (USP), a mais bem avaliada do País, tem cerca de 12. “Na UEG, cada curso de História tinha uma grade curricular, não havia convergência”, exemplificou,
Caiado também destacou que, dentro desta nova filosofia de ensino, a UEG deve estar em sintonia com as necessidades do Estado. “A pesquisa é fundamental. Promover trabalhos científicos embasados em nossa realidade”, pontuou. O governador citou como exemplo desta sintonia o caso de estudantes da UEG de Itumbiara, que agora vão ter a oportunidade de pôr em prática aquilo que viram em sala de aula. “Instalei um hospital estadual com 200 leitos, sendo 20 UTIs, podendo ser ampliada para 40, que vai continuar funcionando após a pandemia. Nele, os alunos vão poder, em convênio com a UEG, ter contato com um pronto-socorro, enfermaria, centro cirúrgico e atendimento ambulatorial.”
O reitor interino da UEG, Valter Gomes Campos, lembrou que a capacitação de jovens vai justamente ao encontro de um dos objetivos da Secretaria de Retomada, criada pelo Governo de Goiás para reconduzir Goiás no período pós-pandemia. Frisou ainda que a Universidade está completamente inserida e integrada às ações do Estado, alinhada inclusive com a Organização das Voluntárias de Goiás (OVG), e dando sua contribuição, com pesquisas e estudos. “Sempre procurando atender as necessidades de nossa sociedade para enfrentamento da Covid-19.” O reitor lembrou que a UEG se reinventou e colocou em prática medidas para dar continuidade às suas atividades, exemplos são as aulas remotas, teletrabalho, além de um plano de ensino-aprendizagem emergencial e eventos de colação de grau promovidos de forma on-line. “Estamos conseguindo executar nosso calendário de uma maneira diferencia e adaptada.”
O vice-governador Lincoln Tejota destacou que a UEG é um patrimônio do Estado de Goiás e que o governo está se esforçando ao máximo para cumprir seu papel e oferecer perspectivas positivas à população, mesmo durante o momento de crise. Tejota enfatizou que a educação é fundamental para o crescimento do País e está diretamente ligada à geração de empregos no Estado. “Quando você avalia, percebe que os principais países que tiveram avanço e crescimento foram os países que investiram em educação e entenderam que a educação do seu povo está diretamente ligada à geração de emprego e ao crescimento.”
Já o secretário de Desenvolvimento e Inovação, Márcio César Pereira, ressaltou que todo trabalho feito pelo Governo de Goiás demonstram o quanto o governo Ronaldo Caiado apóia a educação, a ciência e inovação. “Tem tornado o Estado cada vez melhor no que tem de mais importante para a população, que é a Educação”. Apontou que neste momento difícil, pagar uma universidade pode ser um enorme desafio para uma grande massa de estudantes, e que o Minha Vaga oferece a chance de estudo em instituição pública e de qualidade. “Uma universidade que desde 2019 vem fazendo redesenho para se tornar uma das melhores do País. É um trabalho duro e não é do dia para o outro, para que a sociedade goiana possa ter educação de alto nível e com a eficiência que o Estado merece.”
Sobre o programa
O reitor Valter Gomes Campos destacou que o programa Minha Vaga é um caminho complementar para a formação superior em uma instituição de qualidade, preenchendo as vagas remanescentes. “É uma oportunidade muito importante, pois sabemos que há uma série de jovens que não tem acesso ao ensino superior público próximo a suas localidades.” Caiado também pontuou que, com o Minha Vaga, a UEG dá o primeiro passo para a retomada, a custo zero e com qualidade de Educação.
Nesta semana serão publicados dois editais do Minha Vaga, um com vagas disponíveis para os cursos presenciais da UEG, e outro para os cursos de licenciatura a distância. As inscrições deverão ser realizadas no site www.minhavaga.ueg.br, até o fim de agosto. As vagas são para ingresso no segundo semestre de 2020. Ao todo, 2.395 vagas são ofertadas para graduações em todo o Estado, sendo 2.055 vagas para 27 cursos presenciais e 340 para os três cursos de educação a distância (EaD) disponíveis. Este ano, em função da pandemia de novo coronavírus, todo o processo de seleção será realizado exclusivamente pela internet. As inscrições são gratuitas.
Também estiveram presentes à solenidade o secretário de Comunicação, Tony Carlo; o chefe de Gabinete da Governadoria, Alex Godinho; a chefe de gabinete da UEG, Cristhyan Milazzo, as pró-reitoras Suely Cavalcante (Graduação) e Adriana Ribon Ogera (Extensão e Assuntos Estudantis), e os diretores de institutos acadêmicos Rodrigo Messias de Souza (Ciências Sociais Aplicadas), Vanessa Amaral (Ciências da Saúde e Biológicas), Antônio Cruvinel Borges (Ciências Tecnológicas) e Francisco Rocha (Educação e Licenciaturas).