Tema ganhou destaque ao longo das últimas semanas, após a aprovação do parlamento norueguês para a exploração de áreas do Ártico
Rico em nódulos polimetálicos, o mar profundo se tornou alvo de polêmicas envolvendo a mineração e a sustentabilidade no início de 2024. Isso porque, a crosta submarina localizada de 3.500 a 5.000 metros de profundidade contém concentrações de metais importantes e estratégicos, como níquel, cobalto, cobre e manganês, em maior proporção do que todo o resto da superfície terrestre e esses materiais são essenciais ao desenvolvimento de baterias com alta durabilidade para carros elétricos, uma das principais apostas para garantir sustentabilidade ambiental ao setor automotivo.
Tema de debate que ganhou proporções internacionais com a publicação da carta de cientistas marinhos, pelo Greenpeace, em 2019, a chamada “Mineração Submarina” foi validada na Noruega, pelo Parlamento do país, em 09 de janeiro de 2024. A aprovação do órgão permite a mineração submarina no Ártico e ocorre três anos após o país insular de Nauru solicitar à Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos regras claras sobre a prática, com um prazo de resposta de 24 meses. O prazo venceu sem que a AIFM publicasse a regulamentação.
Outros países, como o Japão, também possuem protocolos em análise para validar a exploração de minérios no mar profundo, mas instituições de diferentes setores, inclusive o atual governo do Brasil, defendem postergar esse tipo de mineração por pelo menos 10 anos, até que a ciência seja capaz de prever os efeitos da prática sobre a biodiversidade marinha.
Frente a esta situação dicotômica e, com o objetivo de esclarecer quais são os argumentos pró e contra a Mineração Submarina, a Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (ABM) reúne na listagem abaixo os principais pontos de cada frente argumentativa, de modo a contribuir para o entendimento do contexto de discordância que ganhou contornos transnacionais; confira:
Argumentos pró-Mineração Submarina
Os nódulos polimetálicos estão dispostos na superfície da crosta, podendo ser minerados sem a necessidade de perfuração do solo marinho e sendo transportados por meio de tubos, após serem aspirados por maquinário especializado; A exploração em mar gera menos gases poluentes do que a feita em terra, além de evitar consequências negativas como o desmatamento de áreas a serem mineradas, a utilização exacerbada do solo e o desperdício de água potável; irresponsável, isso pode gerar consequências negativas à saúde humana; Ainda não há normas positivadas sobre a mineração submarina e a ciência ainda não conseguiu demarcar com exatidão quais são os efeitos da exploração a longo prazo.