São toneladas de peixes mortos, tanto nos tanques redes, quanto ao longo do lago, os prejuízos são incalculáveis. A contaminação pode ter ser sido causada por agrotóxicos aplicados nas lavouras e levados pelas chuvas.
Fiscais da Secretaria do Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos (Secima) estão no Lago de Serra da Mesa, nos municípios de Campinorte e Uruaçu, acompanhando as investigações e tentando descobrir o que tem causado a alta mortalidade de peixes nos criatórios e ao longo do reservatório. Somente em uma semana, os criatórios perderam mais de 19 toneladas de peixes.
Fiscais da Secima estão trabalhando em conjunto com servidores das secretarias municipais de Meio Ambiente dos dois municípios que abrigam o lago. Análises da água de Serra da Mesa estão sendo feitas e o resultado deve sair ainda nessa semana. A situação também é delicada fora dos criatórios. Há suspeitas de que o lago tenha sido contaminado com agrotóxicos levados pela chuva das plantações. Há também a hipótese de um choque térmico na água do reservatório, ou mesmo a falta de oxigênio na água. Os relatórios de análises da água devem trazer respostas à morte de tantos peixes.
Mais de 100 toneladas de peixes já foram encontrados mortos em tanques de produção desde dezembro de 2015. Não é possível contabilizar o número de mortes dos animais soltos no lago, mas a morte de peixes nativos já registrada.
O presidente da cooperativa de pescadores de Uruaçu, Paulo Lis, diz que muitos colegas perderam toda sua produção e não sabem o que fazer, já que ainda precisam pagar os insumos comprados de fornecedores na região. “Nunca vi nada parecido. Muita gente terá prejuízos que não poderão ser recuperados tão cedo.”
A Polícia Militar Ambiental também faz trabalho para tentar identificar algum crime ambiental. Eles estão vasculhando a região em busca de possíveis lançamentos clandestinos no lago. “Estamos buscando qualquer despejo irregular, como de indústrias, fazendas e até químicos. Pode ser uma causa. Mas não descartamos nada até o momento.” Gerente de qualidade ambiental da Secima, Vítor Lenza Júnior.