O promotor eleitoral Afonso Gonçalves Filho propôs ação por captação ilícita de sufrágio contra o prefeito de Campinorte e candidato reeleito ao cargo, Francisco Correa Sobrinho; e o atual vice e também reeleito ao cargo, Agnaldo Antônio de Ávila, com o objetivo que os dois primeiros sejam condenados à multa de R$ 53.205,00, e tenham seus registros ou diplomas cassados. Foi acionado também o secretário de Habitação, Reginaldo Ribeiro Alves, a quem foi requerida a aplicação da multa de igual valor aos demais.
O promotor relata que, durante o processo eleitoral e mais especificamente nos últimos dias de campanha, vários eleitores receberam promessa de doação de lotes pelo município, o que seria feito pelo então candidato à reeleição.
Testemunhas também confirmaram que, na segunda-feira após as eleições, várias pessoas seguiram para uma área no Setor Sul, próxima à subestação da Celg, onde havia um loteamento. Esses eleitores tinham papéis em mãos e cercaram os lotes que teriam recebido em doação nos dias que antecederam o pleito.
“Essa movimentação demonstrou a doação dos terrenos, e motivou a comunidade a procurar as autoridades para denunciar a compra de votos e o abuso do poder econômico e político para beneficiar os candidatos que se sagraram vencedores”, afirmou o promotor.
Apuração do MP confirmou que houve uma articulação incisiva do prefeito e do secretário para a eleição dos dois candidatos aos cargos públicos, com a promessa e doação de vantagem pessoal ao eleitor com o intento de obter-lhe voto, abuso que se deu por meio da doação ilegal dos terrenos.
Afonso Filho esclarece que relatos revelaram que houve a promessa de doação de lotes dirigida a grupos determinados de eleitores, sendo que, na véspera das eleições, por determinação de Francisco, o secretário fez a entrega de memoriais descritivos a vários cidadãos, que individualizavam lotes de uma área próxima à subestação.
Por: Cristiani Honório / MP-GO