A maioria dos municípios goianos vai mal em relação à administração de recursos públicos. Conforme o Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF-2013), 71,4% das prefeituras do Estado apresentaram situação difícil ou crítica, sendo que os 20 piores classificados também figuram na lista das 500 menores pontuações do País. Foram analisados indicadores como receita própria, gastos com pessoal, investimentos, liquidez e custo da dívida.
O porcentual de municípios goianos mal avaliados supera a média nacional, de 66,2% administrações em situação fiscal difícil ou crítica. Ao todo, são 160 gestões municipais em Goiás com desempenho ruim no IFGF. O alto grau de eficiência foi alcançado somente em 84 municípios do País, o que corresponde a 1,6% do total. Entre eles Rio Verde, Alto Horizonte e Aparecida de Goiânia.
Os principais problemas detectados no levantamento foram falta de liquidez, baixos investimentos e reduzido poder de arrecadação. “Sem planejamento financeiro, essas prefeituras administram mal e vêm deixando restos a pagar para o ano seguinte”, afirma o especialista de desenvolvimento econômico da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Jonathas Goulart.
Entre os dez piores colocados no ranking em Goiás, oito encerraram 2011 com mais restos a pagar do que ativos em caixa. Com esse desempenho, receberam nota zero no IFGF Liquidez. E todos nesse grupo obtiveram conceitos classificados como críticos nos indicadores investimentos e receita própria.
O índice, que é anual, tem dados referentes a 2011. A Firjan, responsável pela compilação e análise, utilizou exclusivamente estatísticas oficiais, a partir de dados declarados pelos próprios municípios à Secretaria do Tesouro Nacional.
No Estado, 14 municípios tiveram nota zero em gastos com pessoal: Santa Teresa de Goiás, Anhanguera, Aparecida do Rio Doce, Bela Vista, Campinaçu, Campos Verdes, Davinópolis, Estrela do Norte, Faina, Formosa, Goiatuba, Leopoldo de Bulhões, Planaltina, Posse e Santo Antônio do Descoberto. Isso significa que essas administrações gastaram com folha de pessoal acima do estipulado pela Lei de Responsabilidade Fiscal, de 60% da receita corrente líquida. Outros três municípios ficaram com zero em investimento, pois não aplicaram sequer um centavo dos recursos públicos em relação à receita líquida: Campos Verdes, Montividiu e Trombas.
De acordo com Jonathas Goulart, a primeira nota que deve ser melhorada é a de liquidez. Depois, a administração pode gastar menos com pessoal e reduzir sua dívida para então sobrar recursos para investir. “Dessa forma, o orçamento deixa de se tornar rígido”, analisa.
Rio Verde foi o município que melhor seguiu a receita e foi bem conceituado em todos os itens, sobretudo devido ao avanço em investimentos. Para a Firjan, Alto Horizonte e Aparecida de Goiânia mostraram que é possível ter excelência com baixa arrecadação.
Fonte: O Popular