“Fazer certo da primeira vez gera maior retorno”, diz presidente da Minerion, que estará na feira BRASMIN, em Goiânia, em junho.
Com produção destacada em minerais estratégicos para a transição energética, como o níquel, cobalto e nióbio, e importantes matérias-primas para a agricultura, como o fosfato e a vermiculita, Goiás ganha importância em um momento favorável para a mineração que busca ser eficiente e sustentável. “O estado já é uma nova fronteira mineral do Brasil e ganhará maior relevância econômica se a indústria mineradora goiana investir na organização de sistemas de produção, qualidade, expedição e outros”, afirma Ivan Pereira, presidente da Minerion, fornecedora de sistemas de gestão para a indústria da mineração.
“Nesse momento de arranque da mineração de Goiás, ser eficaz, ou seja, fazer certo da primeira vez, potencializará o retorno dos investimentos e, ao mesmo tempo, contribuirá para o futuro da mineração no Estado”, diz Pereira, que confirmou presença na BRASMIN, a Feira Brasileira da Mineração, que acontece de 24 a 26 de junho em Goiânia, voltada para inovações tecnológicas em equipamentos, produtos e serviços para a cadeia de mineração.
“Produzir mais com menos recursos, evitar desperdícios, ser produtivo em todas as frentes da operação: esse é o caminho para o salto de valor da mineração moderna em Goiás ou qualquer outro estado”, afirma Ivan Pereira.
Terceiro produtor de minerais do Brasil
Terceiro maior produtor de minerais do Brasil (atrás apenas de Minas Gerais e Pará, os gigantes do minério de ferro), Goiás continua muito ativo no setor: em 2022 (último dado disponível da Agência Nacional da Mineração, o estado concentrou 10% das 4.100 autorizações de pesquisa concedidas às mineradoras brasileiras. Naquele ano, 6 concessões de lavras foram emitidas para Goiás, atrás somente das concessões feitas para Minas Gerais.
O estado tem atraído a atenção da indústria, com cerca de 4% do valor da produção mineral do país, segundo o Anuário Mineral Brasileiro (2023). O percentual parece pequeno porque o minério de ferro oriundo de Minas e Pará tem um peso monumental na produção mineral brasileira (60% em valor, 80% em volume), o que distorce as estatísticas do setor. “É bom lembrar que a eficiência administrativa e operacional tem grande impacto na geração de valor das operações minerárias”, lembra Pereira.
A busca da eficiência na mineração tem aumentado nos últimos anos, informa o presidente da Minerion, seja pela rentabilidade, seja pela demanda social da sustentabilidade. Em 2024, a empresa assinou contratos com 30 novas mineradoras (são hoje cerca de 350 clientes). “A mineração sempre foi lucrativa, mas hoje as altas demandas de capital, tecnologia e os requisitos logísticos e de sustentabilidade exigem a gestão atenta e moderna”, afirma Pereira.
Minerais estratégicos
Goiás se destaca pela maior reserva de níquel do Brasil (é a terceira do mundo). O estado é o primeiro produtor nacional do metal, usado em ligas metálicas e baterias elétricas. Também é forte em cobalto (maior reserva e maior produtor nacional), outro elemento essencial para a transição energética. Concentra também a maior reserva (e a maior produção nacional) de vermiculita, fundamental para a agricultura. O alto potencial das minas do estado estimulou a Secretaria de Indústria e Comércio do estado a lançar projetos de mapeamento de oportunidades e um plano estadual de recursos minerais, destinados a estimular o desenvolvimento do setor mineral de forma consciente e sustentável.