Maio Amarelo alerta para o número de acidentes de trânsito envolvendo crianças em Goiás

Em 2024, Hugol recebeu 684 crianças vítimas de acidentes. Somente em janeiro deste ano, número de atropelamentos entre menores de até 12 anos quase triplicou em relação ao mesmo período de 2024

“Até mesmo em percursos curtos, é essencial o uso da cadeirinha ou do sistema de retenção adequado para a idade”, diz a pediatra Mirna de Sousa sobre a prevenção contra acidentes de trânsito envolvendo crianças (Foto: Freepik)

O número de crianças envolvidas em acidentes de trânsito continua chamando a atenção em Goiás. Dados disponibilizados pelo Hugol (Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira) mostram que no último ano, 684 pacientes com menos de 18 anos foram atendidos. Desse total, 395 eram crianças de até 12 anos e 289, adolescentes de 13 a 18 anos.

Um dado que preocupa é o aumento de atropelamentos registrados pelo hospital envolvendo crianças pequenas. Em janeiro de 2024, o Hugol atendeu nove casos desse tipo. No mesmo mês deste ano, foram 24 – quase três vezes mais. Embora os números reflitam a realidade de uma única unidade de saúde, eles indicam uma tendência que reforça os alertas da campanha Maio Amarelo, voltada à conscientização sobre segurança no trânsito.

Entre as crianças atendidas pelo Hugol em 2024, os atropelamentos lideram as estatísticas: foram 177 ocorrências, o equivalente a 44,8% dos casos. Em seguida vêm os acidentes com carro (139 casos, ou 35,2%) e com moto (79, ou 20%). Já entre os adolescentes, a maioria das vítimas sofreu acidentes de motocicleta, com 176 registros (61%). Acidentes com carro somaram 62 casos (21,4%) e atropelamentos, 51 (17,6%).

Em âmbito nacional, o  Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) aponta que cerca de duas mil crianças e adolescentes com até 17 anos morrem por ano em acidentes automobilísticos no Brasil. Outros 37,8 mil sofrem lesões, muitas com consequências permanentes.

A pediatra Mirna de Sousa, membro da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), explica que o risco para esse público está associado a uma série de fatores, como a falta de equipamentos de segurança, distração dos condutores e a vulnerabilidade natural das crianças. “Até mesmo em percursos curtos, é essencial o uso da cadeirinha ou do sistema de retenção adequado para a idade. São recursos que reduzem significativamente o risco de lesões graves”, afirma.

A médica destaca ainda que as crianças, por estarem em fase de desenvolvimento, têm maior dificuldade em avaliar perigos no ambiente urbano. “Elas ainda não compreendem bem noções como distância e velocidade. Além disso, a imitação de comportamentos adultos é um fator importante. Por isso, atravessar na faixa, olhar para os dois lados e usar sempre o cinto de segurança devem ser práticas constantes por parte dos adultos”, conclui.

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