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Perillo diz que conhece Cachoeira, mas o viu “pouquíssimas vezes”

Gravações apontam que chefe de gabinete recebia informações de bicheiro. Governador defendeu servidora que pediu exoneração após grampos.

O governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB), afirmou nesta quarta-feira (4) que conhecia o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, mas que se encontrou com ele “pouquíssimas vezes”. Perillo disse confiar na chefe de gabinete, que pediu exoneração após grampos da Polícia Federal apontarem elo com Cachoeira, e disse não haver “qualquer relação do governo com atos ilícitos”.

De acordo com reportagem do jornal “O Globo”, a chefe de gabinete do governador, Eliane Gonçalves Pinheiro, teria recebido informações sobre uma operação da Polícia Federal obtidas pelo grupo de Cachoeira, preso pela PF em fevereiro em outra operação, a Monte Carlo, sob suspeita de chefiar um grupo que explorava o jogo ilegal. Uma das informações seria o cumprimento de mandado de busca na casa do prefeito de Águas Lindas, Geraldo Messias (PP). Nesta terça (3), a servidora pediu demissão do cargo.

Para Perillo, a servidora “tomou a decisão certa” ao sair do cargo. “Ontem (terça) ela confirmou ter recebido o telefonema sobre o caso do prefeito de Águas Lindas, mas [disse] que não repassou nenhuma informação e tomou a decisão correta de sair do governo”, disse Perillo.

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“Eu nunca fui informado da relação de Eliane com o Cachoeira. Sempre ela me disse que se tratava de outra Eliane, uma advogada”, completou Marconi Perillo. Na solicitação de desligamento, enviada pela assessoria do governador  a servidora diz ser “vítima de um grande equívoco”, pois se trataria de uma homônima.

De acordo com a PF, Eliane Pinheiro também tinha celular via rádio habilitado nos Estados Unidos, assim como os supostos integrantes da quadrilha dos caça-níqueis. O grupo, diz a PF, acreditava que dessa forma não seria grampeado.

Uma das escutas mostra que Cachoeira e Eliane fizeram referência a “o maior”, mas o grampo não deixa claro se a pessoa em questão era Marconi Perillo. O governador negou que fosse ele. “Claro que não”, disse.

Envolvimento de políticos goianos
Sobre os deputados envolvidos, Marconi defende que, se comprovada a responsabilidade, devem ser punidos “independentemente de serem meus amigos ou não”. Os deputados Jovair Arantes (PTB-GO), Sandes Júnior (PP-GO), Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) e Stepan Nercessian (PPS-RJ) estão entre os citados nas gravações.

O ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski avalia se abre inquérito para investigar se houve irregularidades na relação dos deputados com Cachoeira.

De acordo com o governador, qualquer outro servidor do estado envolvido com irregularidades será demitido e anunciou: “Daqui para frente muitas mudanças serão feitas”.

Perillo teve o senador Demóstenes Torres (GO), que pediu desfiliação do Dem na terça para evitar a expulsão do partido após denúncia de que usou seu mandato para favorecer o bicheiro, como um dos principais aliados na campanha de 2010. O governador de Goiás disse não estar arrependido da parceria, por ter sido “fundamental” na eleição e afirmou que o senador produziu muito no Senado. “Está claro que ele tem envolvimento com o Carlos Cachoeira, mas não vou aqui fazer juízo de valor”, disse Marconi Perillo.

Nota do Governo de Goiás

Em resposta a reportagem publicada na última quarta-feira, 4, o governo de Goiás esclarece que não existe em absoluto, qualquer conexão entre o governador Marconi Perillo(PSDB) e o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso por exploração de jogos ilegais durante a Operação Monte Carlo.

É injusta e dissociada da verdade a tentativa de relacionar o governador às investigações policiais, uma vez que não há fatos ou quaisquer indícios que o associem à contravenção. A respeito deste assunto, Marconi reafirma que condena veementemente e repudia qualquer sugestão de envolvimento entre a administração estadual e o crime. Desde que assumiu o governo, cumpre com rigor a sua missão de combater atos que não estejam rigorosamente dentro da lei.

Cabe também esclarecer que na noite de terça-feira, 3, a Chefe de Gabinete da Governadoria, Eliane Gonçalves Pinheiro, ora citada como suposto elo entre os contraventores e o governo de Goiás, deixou o cargo por opção própria. O pedido de exoneração foi encaminhado em carta, anexa a esta mensagem, e se deu ainda que não haja qualquer decisão judicial definitiva que a incrimine apenas investidas agressivas da imprensa no sentido de condená-la por antecipação, o que o governo também repudia.

Isanulfo Cordeiro, Assessor Chefe do Gabinete de Imprensa do Governador Marconi Perillo”

Sobre Osvando Teixeira

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