Chefe da Casa Civil percorre as atuais instalações do Araújo Jorge e conhece projeto de ampliação proposto pela Associação de Combate ao Câncer. Atual diretoria já conseguiu regularizar atendimento e busca apoio do Governo para melhorias
O secretário Vilmar Rocha, chefe da Casa Civil, visitou na manhã desta terça-feira, 2/4, o Hospital Araújo Jorge e reuniu-se com a diretoria da Associação de Combate ao Câncer de Goiás (ACCG) para conhecer os projetos futuros para a unidade. No encontro, o presidente da ACCG, Alexandre João Meneghini, apresentou também um balanço financeiro e das ações realizadas pela diretoria, desde a intervenção judicial, ocorrida em 2012.
“A impressão que nós do Governo temos é que essa é uma diretoria séria, competente e entusiasmada com a causa”, afirmou o secretário Vilmar Rocha. “Tanto que no ano passado o Governo firmou com a ACCG um convênio através da Secretaria de Saúde, com interveniência da Casa Civil, de R$ 6 milhões para que eles possam manter este hospital que é uma referência regional”, completou.
Fundada em 1956 pelo médico alagoano Alberto Augusto de Araújo Jorge, a ACCG passou recentemente pela maior crise de gestão e financeira de sua história. Falta de medicamentos, demora no atendimento e problemas de administração provocaram uma série de denúncias ao Ministério Público entre 2011 e 2012. As denúncias feitas pelos próprios usuários culminaram numa grande investigação e no afastamento dos então diretores em 7 de fevereiro de 2012.
Nove dias depois da decisão judicial de afastamento, o Tribunal de Justiça de Goiás determinou que uma nova diretoria, composta por médicos do corpo clínico do hospital, assumisse a ACCG na condição de interventora. A nova diretoria, presidida pelo médico Alexandre Meneghini, encontrou um situação de caos, com o hospital sucateado, atendimento aos pacientes totalmente comprometido, contratos irregulares, falhas no fornecimento de medicamentos, atraso no pagamento de fornecedores e empregados e uma dívida de aproximadamente R$ 74 milhões. “Devagar fomos organizando a casa. Tomamos uma série de medidas austeras e conseguimos normalizar as atividades assistenciais e retomar o fluxo de atendimento”, explicou o presidente da ACCG.
O presidente da Associação de Combate ao Câncer também ressaltou que, só no ano passado, foram atendidos cerca de 344 mil pacientes de Goiânia, do interior e até mesmo de outros Estados. “Somos o único hospital no tratamento de câncer do Estado e realizamos o ciclo completo do paciente, com acompanhamento psicológico, odontológico, nutricionistas e tudo mais que for necessário”, explicou Meneghini, acrescentando que, do total de pacientes atendidos, cerca de 85% são usuários do SUS, 10% de planos de saúde e 5% são particulares.
Ampliação do hospital
Na análise feita pela nova diretoria, foi diagnosticado também um estrangulamento da estrutura física, que gera problemas em vários setores e impossibilita um melhor atendimento aos pacientes. Com o objetivo de adequar o Hospital Araújo Jorge à demanda e também preparar a unidade para o futuro, a diretoria da ACCG desenvolveu um plano de expansão para o hospital. “Este grande projeto ampliará nossa capacidade de atendimento em mais de 50%, além de dotá-lo de estrutura preparada para adequação paulatina conforme o crescimento da demanda”, esclareceu o presidente.
Segundo a ACCG, com a implantação deste plano, que deve levar cinco anos, a capacidade de atendimento anual subirá dos atuais 344 mil para 516 mil pacientes. Já o número de cirurgias poderá chegar a 1.200 por mês, contra as 900 realizadas atualmente. No setor de radioterapia, a capacidade sobe de 202 mil sessões por mês para até 300 mil, atendendo a cerca de 16.100 pacientes.
“É um planejamento ousado, mas fundamental. Já foi aprovado em assembléia e mesmo que essa diretoria saia, ele será seguido à risca”, garantiu Meneghini. “Vamos ampliar também o Centro Cirúrgico de 8 para 14 salas, nossa UTI de 9 para 22 leitos e a capacidade de internação de 163 para 236 leitos”, completou.
Infraestrutura social
No entanto, para realizar todo o planejamento, a ACCG precisará arrecadar cerca de R$ 40 milhões. “Nossa capacidade de investimento próprio é praticamente nula e, por isso, é importante essa parceria com o Governo e com empresas privadas”, explicou o presidente da associação.
Após a apresentação, o secretário-chefe da Casa Civil, Vilmar Rocha, reafirmou o compromisso do Governo em ajudar a ACCG e apoiar iniciativas como este planejamento da instituição. “Este Governo tomou uma decisão política na área de saúde: a de transferir a gestão dos grandes hospitais estaduais para as OS. Estamos convictos de que é uma decisão acertada. A ACCG já faz esse papel com o Araújo Jorge. O que precisamos é estreitar essa relação e ajudar a melhorar o atendimento e os serviços prestados à população”, afirmou o secretário.
Segundo Vilmar Rocha, o projeto para o futuro do Governo inclui parcerias com entidades como a ACCG. “Goiás já tem uma infraestrutura física razoável e estamos investindo e recuperando muita coisa. O que precisamos agora é ampliar os investimentos na infraestrutura social. Investir nas áreas da saúde, educação e segurança pública para garantir um atendimento de qualidade à população”, explicou. “O Hospital Araújo Jorge é uma referência no tratamento e combate ao câncer e o Governo confia na atual diretoria. Vamos nos esforçar para apoiar e ajudar na construção deste projeto”, concluiu o chefe da Casa Civil.