sexta-feira , 22 novembro 2024
PMU_TOPO_Coleta_90x468
PMU-TOPO-Contra-Fogo-2024_brasao
TOPO-Aciau-2024
previous arrow
next arrow
Shadow
Os vereadores vão atraz das provas das denúncias contra o prefeito

Câmara Municipal aprova CEI para investigar o prefeito Lourencinho

Os vereadores vão em busca das provas de inrregularidades que comprovam as denúncias feitas pelo MP contra o prefeito Lourencinho

Por seis votos a dois, a Câmara Municipal de Uruaçu aprovou na noite do último dia 25, em Sessão Extraordinária, a criação da CEI (Comissão Especial de Inquérito), para investigar as denúncias feitas pelo Promotor de Justiça Dr. Afonso Antônio Gonçalves Filho, contra o prefeito municipal de Uruaçu Lourenço Pereira Filho. No pedido o promotor quer a cassação do prefeito, alegando irregularidades na administração municipal.

Votaram a favor da criação da CEI, os vereadores Francisco Carlos de Carvalho, José Rosa da Mota, Albert Sabin Alves de Oliveira, Noraldino Antônio dos Reis, Joeli Gomes da Silva e Lucimar Alves Rodrigues e votaram contra a criação da CEI, os vereadores Alacir Freitas Carvalho e Robson Correia Pimentel.

O presidente da Câmara, Rones Maia, disse que o importante é fiscalizar todas as denúncias que chegam à Casa de Leis. Ele acrescenta ainda que, novas surpresas ainda estão por vir.

Três vereadores escolhidos através de sorteio, formam a comissão: Francisco Carlos (presidente); José Rosa (membro) e Lucimar Alves (relator). A partir de agora, essa comissão reforçada por um advogado e um engenheiro (a serem contratados pela Câmara) terá 60 dias para apresentar um relatório completo das investigações no Plenário da Casa de Leis. Uma vez comprovadas as denúncias do Ministério Público, inicia-se uma nova etapa do processo, ou seja, será criada a Comissão Processante de Inquérito (CPI), que pode pedir a cassação de Lourencinho. Vale ressaltar que a CEI foi criada apenas para verificar se realmente procede as denúncias de irregularidade praticada pelo atual prefeito.

Entenda melhor o caso

O promotor de Justiça Afonso Antônio Gonçalves Filho propôs ação de improbidade administrativa contra o prefeito de Uruaçu, Lourenço Pereira Filho, requerendo o afastamento do gestor público do cargo pelo período de 120 dias. Conforme sustenta na ação, o MP recebeu denúncias de que contratos para a execução de obras entre o município e as empresas Pilares Construções Ltda e M. A. de Assunção – Construtora teriam sido realizados diretamente por servidores da prefeitura.

A apuração dos fatos, feita por meio de inquérito civil público instaurado pela Promotoria de Justiça, apontou que as empresas não tinham sede no município nem havia movimentação de funcionários, máquinas e equipamentos típicos de empresas com atuação na área de construção de edifícios e obras de terraplanagem.

Depoimento de um ex-servidor da prefeitura responsável pelo departamento de obras, apontou que as operações de tapa-buracos, limpeza de áreas públicas e reformas de alguns prédios públicos eram feitas de maneira direta pelo município. Segundo José Vitor de Campos, que trabalhou na prefeitura de janeiro de 2009 a dezembro de 2011, estas atividades eram realizadas pelas equipes de trabalho da prefeitura, por cerca de 20 homens que executavam os serviços sob sua responsabilidade.

Ele acrescentou ainda que, no período em que trabalhou na prefeitura, nunca viu qualquer máquina, equipamento ou funcionários das empresas executando obras em Uruaçu. José Vitor acrescenta ainda que foi exonerado do cargo em dezembro de 2011 por ter confirmado estes fatos perante a 3ª Promotoria de Justiça de Uruaçu.

Na apuração, vários outros depoimentos que ratificaram a denúncia de desvio de dinheiro público por meio de contratos firmados e não cumpridos. Entre eles a afirmação de um ex-diretor do Departamento de Limpeza Urbana de que as empresas Pilares Construções e M. A. de Assunção, que também estão sendo acionadas, não realizaram efetivamente qualquer serviço no município.

Apuração
Em consulta do Tribunal de Contas dos Municípios, o MP apurou que, entre os anos de 2010 e 2012, a prefeitura firmou com a empresa Pilares Construções empenhos que totalizam repasses superiores a R$ 3 milhões. Já em relação à empresa M. A. de Assunção, os empenhos efetivados, todos no ano de 2010, alcançaram cifra superior a R$ 1 milhão.

“Diante de farta prova testemunhal, chega-se à conclusão de que as empresas, em conluio com o prefeito municipal e possivelmente outros vinculados à administração pública, instituíram verdadeira organização criminosa devidamente articulada para fraudar o erário e obter vantagens ilícitas”, afirmou o promotor na ação.

Os pedidos
Além do afastamento do prefeito, com a finalidade de viabilizar a regular instrução processual, é requerida a indisponibilidade de bens do prefeito até o valor de R$ 4.419.205,10. Ainda liminarmente, é pedida a indisponibilidade de bens das empresas Pilares Construções e M A Construções, com o fim de assegurar o ressarcimento integral do dano.

Para garantir efetividade da decisão judicial de indisponibilidade de bens foi pedido que se comunique à Corregedoria-Geral da Justiça, ao Detran-GO e à Junta Comercial do Estado a decisão. É requerida ainda a quebra dos sigilos fiscal e bancário do prefeito e das empresas, de janeiro de 2009 até a a data atual, por meio de ofício ao Banco Central do Brasil. Por fim, é pedida a suspensão de todo e qualquer contrato de execução se serviço entre a prefeitura e as empresas.

Afastamento
Em janeiro deste ano, a juíza Geovana Moisés acolheu pedido feito pela promotora Fabiana Cândido Máximo e determinou o afastamento do prefeito Lourenço Filho. Naquela ação a promotora sustentou que a empresa BAV – Limpeza, Paisagismo, Manutenção Predial e Ambiental Ltda. foi contratada para a execução de serviços de limpeza urbana como capinação e raspagem, pintura de meio-fio, coleta e remoção de entulho e serviço de poda e coleta, no entanto, os próprios servidores da prefeitura executavam os serviços.

Na ocasião, o prefeito chegou a ser afastado por 10 dias, mas retornou por decisão do Tribunal de Justiça.

Sobre Osvando Teixeira

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.